Manterrupting é quando um homem interrompe insistentemente uma mulher, de forma que ela não consiga falar ou completar sua frase. Essa prática é muito comum no mundo corporativo, onde mulheres não conseguem expressar suas opiniões por serem interrompidas pelos homens ao redor.
Não é de hoje que se sabe que, em muitos aspectos, os homens ainda buscam se sobressair em relação às mulheres. Entre as formas de demonstração de uma discriminação sutil, está o manterrupting, uma junção de man (homem) e interrupting (interrupção), que em tradução livre significa “homens que interrompem”.
Uma dupla de pesquisadores, Richard Kruger e Mary Casey, da Universidade de Minnesota, constatou que, de fato, as mulheres são interrompidas diversas vezes durante as suas falas pelo sexto oposto. As informações foram publicadas no livro Focus Group, lançado no ano 2000.
Outra pesquisa, realizada em 2014 pela Universidade George Washington, mostrou que durante um diálogo, os homens interrompem as mulheres 33% mais do que quando conversam com outros do mesmo gênero.
Essas atitudes podem acontecer em uma conversa entre amigos, no ambiente corporativo, durante apresentações ou quaisquer outras situações que envolvam o diálogo entre um homem e uma mulher.
É comum que depois de serem interrompidas, as mulheres recebam uma explicação justamente sobre o que estavam falando (Mansplaining) ou ainda a repetição e apropriação de seus conceitos (Hepeating e Bropriating).
Não é difícil ver, até mesmo no dia a dia, o Manterrupting acontecendo. Porém, há uma série casos, inclusive televisionados, que ilustram bem a situação.
Um dos maiores exemplos aconteceu em 2009, quando a cantora Taylor Swift começava a agradecer pelo prêmio recebido no Video Music Awards e teve o microfone tirado de suas mãos pelo rapper Kanye West, o qual anunciou que quem deveria levar a estatueta seria Beyoncé.
Outro caso de interrupção foi durante os debates políticos dos candidatos à presidência dos Estados Unidos. Enquanto a candidata Hilary Clinton falava, foi interrompida 51 vezes por Donal Trump, por mais que as regras fossem claras e não permitissem que um candidato interrompesse o outro durante o discurso.
Há diversos tipos de violência contra a mulher e o manterrupting é uma delas. Isso porque, nesse caso, as mulheres são diminuídas diante dos homens e é como se não pudessem se manifestar livremente sem serem interrompidas.
E a consequência disso pode ser a baixa autoestima, porque mesmo de forma inconsciente a mulher acha que não consegue concluir uma ideia sozinha, fazendo com que seja prejudicada até mesmo no ambiente de trabalho, pois começa a ter bloqueios em expressar a sua opinião.
Ou, ainda, o que acontece é que as mulheres que conseguem se pronunciar e precisam fazer isso em função dos altos cargos, sejam denominadas como agressivas. Porém, o que elas fazem é insistir em serem ouvidas e tornar suas opiniões relevantes.
A primeira atitude a se tomar é alertar a outra pessoa sobre que está acontecendo. Para ajudar as mulheres nesse sentido, há até mesmo um aplicativo chamado Woman Interrupted, o qual identifica quantas vezes uma mulher foi interrompida por um homem enquanto falava.
E, para as mulheres que precisam expor suas ideias no ambiente de trabalho, em palestras, congressos, entre outras situações, uma dica é trabalhar para ter a voz mais grave, até mesmo com a ajuda de profissionais. É isso mesmo! O tom agudo da voz feminina colabora para uma visão mais fragilizada, ao contrário das mais graves, que passam sensação de confiança.
No caso do manterrupting acontecer no ambiente de trabalho e se tornar recorrente, é possível também realizar uma denúncia à direção ou responsável pela gestão dos colaboradores.
Mas é claro que, independente de qualquer atitude, o ideal é que esse tipo de situação não aconteça. Por isso, é importante manter-se firme a demonstrar a insatisfação caso haja interrupção durante uma fala ou conversa.
Já passou por alguma situação parecida em sua vida pessoal ou profissional? O que fez a respeito? Comente abaixo.
O manterrupting além de ser prejudicial às mulheres, também é influencia na sua produtividade, por isso, adotar e incentivar as boas práticas da inteligência emocional é um fator estratégico. Você tem inteligência emocional? Descubra agora.
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