Você sabia que um dos homens mais ricos do Brasil, teve origem humilde, trabalhou como engraxate e vendedor de frutas? Inspire-se na história de Edson de Godoy Bueno, fundador da Amil e que esteve na lista dos mais ricos do Brasil.
Seu pai morreu quando ele tinha cinco anos de idade e a mãe, dona de casa, casou-se depois com um motorista de caminhão (que, por sinal, dez anos antes tinha feito a mudança da família).
Sua história com a medicina começou de forma inusitada. Após sofrer um acidente aos 14 anos – um saco de algodão caiu na sua cabeça e ele desmaiou – Edson foi socorrido pelo único médico da cidade que atendia a população de graça. A dedicação daquele profissional o encantou e ele resolveu que iria fazer medicina!
Embora seu histórico escolar revelasse que não era um bom aluno, ele resolveu se esforçar. Iniciou e concluiu seus estudos em escola pública e aos 28 anos formou-se pela Faculdade de Medicina da Praia Vermelha do Rio de Janeiro, atual UFRJ.
Médico e recém-formado, em 1971, Bueno começou a trabalhar numa casa de saúde em uma região pobre da Baixada Fluminense quando o destino lhe deu uma oportunidade: o então dono da clínica ofereceu a Bueno que administrasse os negócios, mas desde que assumisse as dívidas.
Bueno com sua humildade passou então a vender lanches de mortadela aos pacientes e oferecer transporte de Kombi para levá-los de volta a residência para sanar os atrasos dos salários dos médicos e funcionários e quitar as contas. Aos poucos as vendas foram dando certo e Bueno conseguiu tirar a clínica das dívidas.
Após quatro anos Bueno já estava no comando de quatro clinicas, em 1976, criou a Rede Esho ao lado de um grupo de jovens médicos.
Mas a ambição de ver o negócio expandir não saía da cabeça de Bueno. Ao ver o balanço da antiga empresa Golden Cross, Bueno decidiu seguir os passos de seu fundador Milton Soldoni e, dois anos depois, junto com o amigo e médico Jorge Rocha fundou a Amil, hoje, uma das maiores empresas de plano de saúde do Brasil.
Surgiu então novas ideias de marketing para apoiar a expansão da marca, como o telefone 221-100 que, por ser fácil de decorar foi muito utilizado nas ações publicitárias. Outra ação inovadora que ajudou muito na divulgação da marca foi a de ser a primeira empresa de plano de saúde a disponibilizar helicóptero para resgate.
Ainda focada em seu processo de expansão, adotou como estratégia a compra de empresas como um dos caminhos para o crescimento da Amil. Em outubro de 2009, tomou a grande decisão de comprar a Medial, por 1,2 bilhão de reais, seguida pela compra da ASL, Assistência à Saúde Ltda., e da Saúde Excelsior para impulsionando as suas operações no Nordeste.
A expansão da Amil continuou com a compra da Lincx Sistema de Saúde e, em 2011 com a aquisição dos hospitais Samaritano e Pasteur, ambos localizados no Rio de Janeiro.
O maior orgulho empresarial de Bueno aconteceu em 2012 quando vendeu o controle da Amil para a Americana United Health Group, por R$ 6 bilhões, a maior empresa do setor de saúde Norte-Americana e que contribuiu para aumentar ainda mais a sua fortuna.
Com parte dos recursos, ele assumiu o controle do laboratório Dasa, maior rede da América Latina, que tem a rede de laboratórios Delboni e Lavoiser e que foi gerida pelo seu filho Pedro Bueno até janeiro de 2019.
“Acho que uma característica do empreendedor é o seu jeito de nunca estar satisfeito com nada, sempre querendo inovar, de aceitar novos desafios. É preciso ter sempre na cabeça que ele irá falhar muitas vezes, irá quebrar suas pernas muitas vezes. Mas se isso acontecer, ele engessa as pernas e segue em frente! Não existem pessoas que têm sucesso o tempo todo, mas é preciso sempre acreditar e nunca desistir.”
Sempre obsessivo com os seus negócios, Edson dormia apenas quatro horas por dia e vivia uma rotina de muito trabalho voltada para os seus negócios. Ele concluiu quatro cursos de administração, três deles em Harvard.
Mas, infelizmente, a vida o pregou uma peça e no dia 14 de fevereiro de 2017 enquanto jogava tênis, Edson de Godoy Bueno foi vítima de um ataque fulminante aos 73 anos de idade.
A história de Edson de Godoy Bueno pode servir como uma grande lição: a de que, não importa as condições do seu berço, com foco, trabalho e perseverança é possível construir a sua história de empreendedorismo e sucesso.
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