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O Poder do Empreendedorismo Feminino Brasileiro

O empreendedorismo feminino tem contribuído para a transformação da realidade social e financeira de muitas mulheres no Brasil.

A luta das mulheres em prol dos direitos iguais teve início ainda no século XIX, sendo uma de suas vitórias o direito ao voto. Nas décadas seguintes, eles continuaram a buscar direitos sociais e legais.

Com isso, foram conquistando mais espaço também no empreendedorismo, um mercado antes dominado apenas por homens.

Contudo, apesar do avanço alcançado pelas mulheres, ocupando cargos de liderança e sendo donas do próprio negócio, os desafios enfrentados ainda são enormes.

Apesar das dificuldades, as mulheres têm avançado cada vez mais, contribuindo para o aumento da renda familiar, gerando mais empregos e incentivando outras a investir no empreendedorismo.

Continue lendo para mais informações.

 

O que é empreendedorismo feminino?

Empreendedorismo feminino é o termo utilizado para definir o modelo de negócio criado por mulheres ou que tenham cargos de liderança ocupados por elas.

É um movimento tão importante que, em 2014, ficou estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) que o dia 19 de novembro se tornasse O Dia do Empreendedorismo Feminino.

A criação dessa data é uma das iniciativas que visam ampliar ações empenhadas na defesa dos direitos humanos das mulheres.

O crescimento do público feminino no universo empreendedor gera inúmeros benefícios, não apenas para elas, mas também para a sociedade e a economia como um todo.

 

Alguns dos impactos positivos gerados pelo crescimento do empreendedorismo feminino são:

 

A diminuição da desigualdade de gênero

Em alguns ambientes de trabalho, mulheres sofrem muito preconceito e assédio, o que acaba gerando situações conflitantes que terminam em perda de oportunidades de crescimento e até demissões.

O avanço conquistado através do empreendedorismo feminino auxilia no alcance de direitos iguais dentro do mercado e na equidade de salários e, com isso, diminui cada vez mais a desigualdade de gênero na sociedade.

 

Alcance da independência financeira

No Brasil, ainda hoje, existem muitas mulheres que dependem financeiramente do parceiro.

Para essas mulheres, a independência financeira chega como a solução desse problema. Uma vez que, conseguindo sustentar a si mesma e aos filhos, ela se vê livre daquele ambiente abusivo e pode tomar suas próprias decisões.

 

Crescimento da economia através do empreendedorismo feminino

Com o aumento da abertura de novos empreendimentos femininos, amplia também a geração de empregos e, consequentemente, a renda das famílias. Desse modo, toda a sociedade ganha e a economia cresce cada vez mais.

Além disso, com mais mulheres ocupando cargos importantes no mercado, o desenvolvimento de produtos pensados especificamente para elas tem aumentado. Isso influencia no poder de satisfação do público feminino, uma vez que as mulheres têm uma representação significativa no mercado de consumo.

 

Conheça o poder do empreendedorismo feminino no Brasil em números

Em 2020, o avanço da pandemia atingiu o mercado de trabalho e muitas pessoas perderam seus empregos. Diante disso, houve a necessidade de inovação e implementação de mudanças para que as famílias conseguissem se manter.

Com isso, as mulheres enxergaram no empreendedorismo uma possibilidade de gerar renda. Uma pesquisa feita pelo Linkedin mostrou que o Empreendedorismo feminino no Brasil cresceu 41% durante a pandemia.

A plataforma mostrou ainda que a liderança feminina no Brasil representa 27%, deixando o país na 27ª posição dentre os países citados e ficando abaixo da média global de 31%.

De acordo com dados da principal pesquisa sobre empreendedorismo no mundo, realizada pela Global Entrepreneurship Monitor 2020 (GEM) em parceria com o Sebrae, 55,5% dos novos empreendimentos abertos nesse período foram feitos por mulheres.

Outro dado relevante, segundo pesquisa do Instituto Rede Mulher Empreendedora (IRME, 2019), é que 60% dos negócios comandados por mulheres preferem contratar mão de obra feminina.

Além disso, segundo outra pesquisa do IRME, 54% das mulheres que decidem abrir o seu próprio negócio optam por atuar no setor de serviços.

 

O perfil das empreendedoras no Brasil

Não há como negar que as mulheres têm alcançado cada vez mais espaço no empreendedorismo no Brasil.

Segundo pesquisa realizada pela Serasa Experian, existem atualmente cerca de 8 milhões de mulheres empreendedoras no Brasil.

A maior parte, 53,2% estão concentradas na região Sudeste, 19,5% estão na região Sul, seguida de 15,9% na região Nordeste. Logo depois, vem a região Centro-Oeste com 7,1% e por último a região Norte com apenas 4%.

A pesquisa revela ainda que 33% dessas empreendedoras investiram em negócios e produtos, sendo que 20% delas são do ramo alimentício e 12% focaram na indústria de transformação.

Em 2018, a Rede Mulher Empreendedora fez um estudo sobre o perfil da mulher empreendedora no Brasil e concluiu que essa mulher possui em média 39 anos de idade, tem nível superior, são casadas e têm filhos, sendo que a maioria decidiu empreender após a maternidade.

Além disso, outros motivos que levam a mulher a empreender são: trabalhar com algo que gosta, alcançar uma renda maior e ter flexibilidade de horário. Elas também buscam incentivar e encorajar outras mulheres a iniciarem o próprio negócio.

 

Quais são os desafios mais comuns enfrentados pelas empreendedoras?

Mesmo com grandes conquistas alcançadas ao longo das décadas, as mulheres ainda enfrentam muitos desafios na hora de empreender no Brasil. E é notório que existem muitas barreiras a serem rompidas. Alguns dos desafios incluem:

 

Jornada dupla como um dos desafios no empreendedorismo feminino

Ao começar a empreender, as mulheres enfrentam o problema da jornada dupla. No Brasil, elas ainda são as responsáveis por cuidar dos serviços domésticos e dos filhos. Com isso, acabam se sobrecarregando com a dupla jornada, o que pode causar grande estresse, pois praticamente não têm tempo para cuidar de si, descansar ou ter vida social.

 

Preconceito

O preconceito ainda é algo latente no cotidiano das mulheres. Desse modo, é comum empreendedoras serem desacreditadas. Desse modo, elas precisam se esforçar muito mais para provar que são capazes e competentes.

 

Dificuldade para obter crédito

De acordo com o Sebrae, enquanto homens pagam 31,1% de juros ao ano, as mulheres chegam a pagar 34,6%.

Portanto, ter acesso a crédito é muito mais difícil para as empreendedoras e, quando conseguem, elas ainda pagam uma taxa de juros muito mais alta que os homens.

 

Principais características do empreendedorismo feminino brasileiro

Apesar dos desafios enfrentados na hora de abrir um negócio, as mulheres que rompem essa barreira e conseguem iniciar o empreendedorismo feminino no Brasil possuem algumas características fundamentais:

 

Gostam de aprender

As mulheres estão dispostas a aprender sobre como gerenciar o seu empreendimento da melhor forma possível. E assim, procuram estar em constante evolução, seja através de livros, cursos ou treinamentos. Sempre atentas ao que acontece em sua volta, conseguem extrair boas ideias e desenvolver novas estratégias para aplicar no seu negócio.

 

São assertivas

Conhecidas por ter a capacidade de realizar várias tarefas ao mesmo tempo, as mulheres conseguem ser mais atentas aos pequenos detalhes e têm uma visão mais estratégica. Além disso, sua sensibilidade se torna mais uma aliada na hora de tomar decisões mais assertivas, observando e interpretando melhor as necessidades tanto da equipe quanto dos clientes.

 

Elas são organizadas

Para manter uma empresa em excelente funcionamento é necessária uma boa organização em todos os setores. A mulher empresária tem a habilidade de estabelecer um ambiente organizado que vai refletir na forma como ela comanda a sua empresa.

Nesse sentido, são capazes de conciliar diversos assuntos envolvendo a empresa e demandas da vida pessoal. A única maneira de conseguir equilibrar negócios e vida pessoal é através de uma excelente gestão de tempo.

 

Empreendedoras femininas brasileiras mais conhecidas

Diante do cenário empreendedor comandado por mulheres no Brasil, algumas delas se tornaram referência no mercado e são grande inspiração para as outras que desejam seguir no universo do empreendedorismo feminino.

 

Luiza Helena Trajano

Luiza Trajano começou a trabalhar aos 12 anos de idade na loja dos tios em Franca, São Paulo. Durante as férias escolares ela foi auxiliar a balconista no pequeno comércio, chamado Cristaleira.

Após um concurso em uma rádio da cidade, o nome da loja passou a ser Magazine Luiza, em homenagem à dona, tia de Luiza Trajano.

Aos 18 anos, Luiza começou a trabalhar na loja da família e atuou em vários setores. Ao assumir o comando do negócio na década de noventa, Trajano trouxe inovação e crescimento para o empreendimento.

Hoje, é considerada uma das maiores referências em empreendedorismo feminino no Brasil.

 

Maria José de Lima Freitas

Maria José de lima Freitas, a Mazé, trabalhava como faxineira em um banco quando perdeu o emprego. Após um ano em busca de emprego, Mazé decidiu vender doces. Ela não sabia nada sobre o produto, mas decidiu enfrentar esse desafio e deu início ao seu negócio.

O sucesso de seus doces se tornou tão grande que em 2007 ela abriu a primeira loja que se transformou em ponto turístico na cidade de Carmópolis, em Minas Gerais.

Hoje a Mazé doces está presente em quase 70 pontos de venda no Brasil e produz mais de cem toneladas de produtos anualmente.

 

Zica Assis

Heloísa Helena Assis começou a trabalhar bem cedo. Já foi faxineira, babá e empregada doméstica. Aos 21 anos, Zica não queria mais alisar os cabelos crespos e resolveu fazer um curso de cabeleireira na tentativa de encontrar algum produto que deixasse os cabelos bonitos e que não precisasse passar por alisamentos.

Assim, com o tempo ela desenvolveu uma linha de produtos para cuidar dos cabelos. Logo depois, em 1993, Zica se uniu a mais três amigas e investiu na abertura de um salão especializado em cabelos crespos e cacheados, o Instituto Beleza Natural.

Zica já foi reconhecida pela Forbes como uma das empresárias mais poderosas do Brasil.

 

Sônia Hess

Em 2003, quando Sônia Hess tornou-se a CEO da empresa Dudalina, foi responsável por um crescimento de 30% ao ano.

Sonia iniciou a carreira no Marketing da empresa dos pais Duda e Adelina, criadores da marca Dudalina.

Ainda aos 17 anos de idade foi estudar na Espanha e lá aprendeu a costurar e a falar o idioma daquele país. Quando voltou ao Brasil, trouxe novas técnicas aprendidas e implementou o negócio, transformando a Dudalina na maior exportadora de camisas do país.

 

Mônica Burgos

Mônica Burgos morava no interior da Bahia e decidiu ir para o Rio de Janeiro buscar outras oportunidades.

Divorciada e com três filhos, ela iniciou um curso de consultora de moda. Durante um trabalho com o seu professor de História da Moda, no qual deveria oferecer ao cliente uma experiência focada nos cinco sentidos, ela percebeu uma oportunidade.

Os aromatizadores de ambiente foram os produtos que possibilitaram a Mônica e a seu sócio abrirem um negócio lucrativo que mais tarde se tornou a Avatim.

 

Bianca Andrade (Boca Rosa)

Bianca Andrade é uma influencer digital e empresária brasileira conhecida pelo seu pseudônimo “Boca Rosa”.

Ela começou sua carreira no YouTube, postando vídeos sobre beleza e maquiagem. Com o tempo, ela expandiu seu alcance para outras plataformas de mídia social e se tornou uma das influencers mais populares do Brasil.

Alguns anos mais tarde ela lançou sua própria marca de maquiagem e hoje é uma empreendedora de sucesso, com uma ampla base de seguidores e uma presença sólida na mídia brasileira. Sua marca atualmente é referência não só de produtos, mas também de estratégias de marketing.

 

Considerações finais

Como você pôde ver, no Brasil não falta inspiração quando tratamos de empreendedorismo feminino. Todas essas mulheres são exemplos de empresárias que tiveram visão de negócios e foram determinadas, vencendo obstáculos e alcançando os seus sonhos.

Inclusive, você sabia que a diversidade é um fator muito importante para a pluralidade nas empresas? Clique aqui e confira o porquê!

Redação Empresas e Cooperativas

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