Você já se deparou com empresas que parecem ter um ambiente de trabalho incrível, onde os funcionários estão sempre motivados e satisfeitos? E aquelas que possuem uma atmosfera tóxica, com colaboradores desengajados e alta rotatividade? A diferença entre essas organizações muitas vezes está na sua cultura organizacional.
Mas afinal, o que é isso e como ela pode impactar nos negócios?
Continue acompanhando esse texto e confira!
Segundo o conceito de Edgar Schein, um dos principais estudiosos do tema, cultura organizacional é:
“Um padrão de pressupostos básicos compartilhados que um grupo aprendeu à medida que resolvia seus problemas de adaptação externa e integração interna; que funcionou bem o suficiente para ser considerado válido; portanto, deve ser ensinado aos novos membros como forma correta de perceber, pensar e sentir-se em relação àqueles problemas”.
Em outras palavras, a cultura organizacional refere-se ao conjunto de valores, normas, crenças, práticas e comportamentos compartilhados pelos membros de uma organização.
É como o DNA de uma empresa, que molda a identidade e define o modo como as coisas são feitas. É algo que permeia todas as camadas e influencia desde a contratação de funcionários até a forma como as decisões são tomadas.
Ainda, segundo o modelo proposto por Schein, podemos classificá-la em diferentes níveis:
A cultura organizacional pode variar de acordo com o tamanho, o segmento, a história e a estratégia da empresa.
Não existem culturas superiores ou inferiores, mas sim aquelas que são mais ou menos adequadas à realidade e aos objetivos da organização.
Segundo o modelo de Charles Handy, existem quatro tipos básicos de cultura organizacional, que variam conforme o grau de formalidade, de centralização e de participação dos colaboradores. São eles:
É uma cultura caracterizada pela alta concentração de poder e autoridade nas mãos de um líder ou grupo restrito. As decisões são tomadas de forma rápida e unilateral, sem muita consulta ou debate.
Os colaboradores têm pouca autonomia e dependem da aprovação do líder para realizar suas tarefas. A comunicação é vertical e a hierarquia é rígida. Esse tipo de cultura é comum em empresas familiares, pequenas ou em crise.
É uma cultura baseada na definição clara e precisa dos papéis e das responsabilidades de cada colaborador. As regras, os procedimentos e os controles são valorizados e seguidos à risca.
A comunicação é formal e burocrática. A hierarquia é respeitada e a obediência é esperada. Os colaboradores têm pouca flexibilidade e criatividade. Esse tipo de cultura é típico de empresas públicas, grandes ou tradicionais.
É uma cultura focada na solução de problemas e na realização de objetivos. Os colaboradores têm mais liberdade e autonomia para definir como executar suas tarefas. A comunicação é horizontal e a hierarquia é flexível.
A cooperação, a inovação e a aprendizagem são estimuladas. Os colaboradores são avaliados pelos resultados que entregam. Esse tipo de cultura é frequente em empresas dinâmicas, competitivas ou empreendedoras.
É uma cultura centrada nas pessoas e nas suas necessidades individuais. Os colaboradores têm mais participação e influência nas decisões da empresa, que possui uma comunicação aberta e transparente. A hierarquia é mínima e a confiança é mútua.
A motivação, o desenvolvimento e o bem-estar dos colaboradores são priorizados. Os colaboradores são vistos como talentos que agregam valor ao negócio. Esse tipo de cultura é encontrado em empresas humanizadas, sociais ou criativas.
É importante ressaltar que esses tipos de cultura organizacional não são excludentes nem definitivos. Eles podem se combinar ou se alterar ao longo do tempo, dependendo das mudanças internas ou externas que afetam a instituição.
Como vimos anteriormente, a cultura organizacional pode ser composta por diversos elementos visíveis e invisíveis que expressam a identidade da empresa.
Alguns dos principais são:
A gestão de pessoas é o conjunto de processos e práticas que visam atrair, desenvolver, motivar e reter os colaboradores que fazem parte da empresa. Ela envolve aspectos como recrutamento e seleção, treinamento e desenvolvimento, avaliação de desempenho, remuneração e benefícios, clima organizacional, comunicação interna, entre outros.
A cultura organizacional tem um impacto direto e indireto na gestão de pessoas, pois define o perfil, as competências, as expectativas e os comportamentos esperados dos colaboradores, bem como as formas de reconhecimento, de feedback e de recompensa que a empresa oferece.
Além disso, ela influencia o nível de satisfação, de engajamento e de comprometimento dos colaboradores com a empresa e com seus objetivos.
Uma cultura bem definida e alinhada com a gestão de pessoas pode trazer os seguintes benefícios:
Empresas que não possuem uma cultura organizacional bem estabelecida frequentemente enfrentam diversos problemas, tais como:
Sem uma cultura clara, os funcionários podem sentir-se perdidos, sem saber qual é o propósito da organização e como contribuir para seu sucesso. Isso pode levar a uma falta de engajamento e motivação.
Quando não há uma cultura compartilhada, os membros da equipe podem ter diferentes expectativas, valores e formas de trabalhar. Isso pode levar a conflitos, desentendimentos e dificuldades na colaboração.
Uma cultura fraca ou inexistente pode afetar negativamente a produtividade dos funcionários e a capacidade da empresa de reter talentos. Sem um ambiente inspirador e gratificante, os colaboradores podem se sentir desmotivados e procurar oportunidades em outras organizações.
As empresas sem cultura organizacional não têm uma mentalidade aberta nem uma postura proativa para enfrentar as mudanças e os desafios do ambiente externo. Elas não conseguem gerar novas soluções nem aproveitar oportunidades. Isso gera estagnação, resistência e obsolescência.
Por outro lado, as empresas que investem na criação de uma cultura organizacional forte e positiva colhem diversos benefícios, como:
Uma cultura bem definida permite que a marca tenha uma identidade própria, uma missão clara e uma visão inspiradora. A partir disso, é possível entender a identidade da organização, o que faz, para quem faz e como faz, além de definir seus objetivos, estratégias e planos de ação.
Uma cultura sólida permite que a empresa se destaque da concorrência ao expressar seus valores, princípios e diferenciais. Ela ajuda a construir uma imagem positiva e consistente no mercado, fidelizando clientes e atraindo novos públicos.
Uma cultura positiva permite criar um clima organizacional saudável, harmonioso e colaborativo. Isso ajuda a promover uma comunicação efetiva, integração entre as áreas e cooperação entre os colaboradores. Além disso, contribui para prevenir e resolver conflitos, crises ou problemas internos.
Uma cultura bem definida permite que a empresa invista no desenvolvimento profissional e pessoal de seus colaboradores. Também ajuda a identificar, capacitar, motivar e reter os talentos que fazem parte de sua equipe. Além disso, estimula a criatividade, a inovação e a aprendizagem contínua dos seus colaboradores.
Uma cultura forte permite alcançar resultados melhores e ter uma performance superior. Ela ajuda a otimizar os processos, recursos e produtividade, além de contribuir para melhorar a qualidade, eficiência e eficácia da empresa.
Uma cultura saudável promove a adaptabilidade e a inovação, permitindo que a empresa se ajuste rapidamente às mudanças do mercado e se antecipe às necessidades dos clientes. Isso pode ser um diferencial competitivo significativo.
A cultura organizacional é um elemento-chave para o sucesso de qualquer negócio. Ela molda a identidade da organização, influencia o comportamento dos colaboradores e afeta a maneira como as coisas são feitas.
Agora que você sabe a importância da cultura organizacional, veja sobre gestão estratégica de pessoas: cuidando bem das pessoas e da empresa.
Publicado em 17 de julho de 2019.
Atualizado em 17 de julho de 2023.
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